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Psicologia como Ciência do Comportamento na atuação e obra de Carolina Martuscelli Bori: décadas de 1950 e 1960

Atualizado: 25 de mar.

Carolina contribuiu muito para o desenvolvimento da Psicologia nas décadas de 1950 e 1960. Sua atuação e obras, foram fundamentais para a criação do Behaviorismo no país.


Nesse período, Bori contribuiu significativamente para que a Psicologia fosse uma disciplina científica e profissional, participando dos primeiros laboratórios de pesquisa em comportamento, mostrando a importância da experimentação e do rigor metodológico na investigação psicológica. Além disso, envolveu-se ativamente na formulação de currículos acadêmicos e na regulamentação da profissão de psicólogo no Brasil, ajudando a estabelecer a Psicologia como uma área de estudo autônoma e reconhecida.


A regulamentação da Psicologia no Brasil foi um processo que se intensificou na década de 1950, resultando na Lei nº 4119/62, que oficializou a profissão, e na criação dos Conselhos de Psicologia em 1975. Esse movimento envolveu debates sobre a formação do psicólogo, os níveis acadêmicos, a nomenclatura profissional e a resistência de setores médicos. Carolina Bori teve um papel central nesse processo, integrando a Comissão de Avaliação de Registros de Diplomas e presidindo a Sociedade de Psicologia de São Paulo. Sua atuação ajudou a consolidar a Psicologia como ciência e profissão, contribuindo para a formação de novos pesquisadores e para o desenvolvimento de uma visão estruturada da área no Brasil.


Também teve um papel fundamental na institucionalização da Psicologia como ciência no Brasil. Nos anos 1950, ensinou Psicologia Experimental na USP, promovendo experimentos da Psicologia da Gestalt. Atuou também como psicóloga social no Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais, colaborando com sociólogos renomados e desenvolvendo pesquisas sobre comportamento e educação.


Simultaneamente, participou ativamente da luta pela regulamentação da Psicologia como profissão, contribuindo para a formulação do projeto de lei e mobilizando apoio político. No fim da década, enfrentou dificuldades na USP e passou a coordenar o Departamento de Psicologia da FFCL de Rio Claro, onde implementou a Análise Experimental do Comportamento, introduzida no Brasil por Fred S. Keller. Lá, organizou um laboratório e incentivou pesquisas inovadoras, como o condicionamento operante em abelhas.


Em 1962, foi convidada por Darcy Ribeiro para estruturar o Departamento de Psicologia da recém-criada Universidade de Brasília (UnB), adotando um ensino baseado na experimentação. No entanto, com o golpe militar de 1964, o curso foi encerrado e Bori retornou à USP.


Seu legado na Psicologia brasileira inclui a formação de pesquisadores, a criação de espaços para experimentação e a defesa da Análise Experimental do Comportamento, consolidando a área no país


Carolina Bori teve um papel central no desenvolvimento da Análise do Comportamento no Brasil, especialmente na criação de laboratórios de Análise Experimental do Comportamento a partir de 1961. Inicialmente, sua produção acadêmica apresentava influência de diversas abordagens psicológicas, incluindo a Teoria de Campo de Kurt Lewin e o uso de testes projetivos, como o teste da figura humana de Karen Machover.


Até o final da década de 1950, seus trabalhos ainda faziam referência a processos internos, como motivação e constructos psicológicos, para explicar o comportamento.

A partir dos anos 1960, Bori se aproximou da Análise Experimental do Comportamento, adotando conceitos skinnerianos e participando da implementação do Personalized System of Instruction no Brasil. Em 1963, co-assinou um artigo pioneiro na área no país, sugerindo traduções para termos técnicos como "contingência" e "reforço". Em 1964, descreveu a estruturação de um laboratório com equipamentos voltados para estudos de aprendizagem e extinção do comportamento operante. Essa mudança refletiu sua transição para uma abordagem mais baseada na análise das contingências ambientais do comportamento, consolidando sua influência na Psicologia experimental brasileira.

 


 

 

Aluna: Maria Isabely Andrade Fonseca

 

 

 
 
 

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